Ter um filho representa, acima de tudo, receber uma missão e ter uma grande oportunidade.
A Missão:
Criar o ambiente, com amor e uma boa estrutura, para o novo ser se realizar. É preciso cuidar da terra antes e depois de a semente ser lançada, para que a planta possa crescer e florescer.
A Oportunidade:
Reaver a espontaniedade perdida. Os filhos recordam aos pais o que eles já foram um dia e os convidam a reaprender a viver.
Normalmente os pais só pensam na missão e esquecem de que a criança, com sua maneira de ser, resgata certos valores perdidos, como a capacidade de se emocionar
com as pequenas coisas, a alegria de um sorriso descontraído, o espanto diante de uma
nova descoberta ou a simplicidade de um choro espontâneo, sem medo do que os outros possam pensar.
A liberdade e a espontaniedade frequentemente causam mal estar porque revelam às
pessoas próximas quanto elas não estão cuidando de suas vidas.
Como um pai vai curtir bons momentos com o filho se sua vida tem sido um
acúmulo de tensão e angústia?
Como a mãe vai compartilhar a beleza de um pôr-do-sol quando sua vida tem sido
escuridão e medo?
Como aceitar que os filhos estejam fazendo a descoberta da sexualidade quando
ainda se é prisioneiro da idéia de que sexo é pecado?
Tudo isso é possível desde que se proponham a aprender junto com os filhos,
como se fossem analfabetos que aproveitam a alfabetização do filho para também
aprender a ler!
A maioria dos casais decide ter um filho porque sente que chegou o momento,
outros porque está ficando muito tarde e uma boa parte só porque a mulher engravidou.
Ainda que todas essas opções tenham o seu valor, é importante dar-se conta
de que ter um filho é uma decisão que diz respeito a um estilo de vida, que
vai permanecer para sempre.
Um casamento pode acabar, as pessoas podem trocar de emprego, mas o filho
é uma presença definitiva na vida dos pais.
A opção por ter um filho deve vir acompanhada da decisão de questionar a própria
vida e da disposição de se atualizar permanentemente, sobretudo em relação a crenças
e sentimentos.
Na Índia, acredita-se que o espírito da criança escolhe os pais. A alma, antes de encarnar, analisa e pensa: " Que tal aquela moça com aquele rapaz ? " Estuda as características dos dois e então torna-se filha deles!
Essa concepção leva as pessoas a ter a consciência de que os pais e filhos se encontram para criar situações de aprendizado para todos.
Quando uma árvore nasce, é uma plantinha tão indefinida, que a maioria das pessoas
não tem condições de dizer se ali vai desabrochar uma frondosa mangueira, um belo
arbusto ou um altivo pinheiro; portanto, é cuidar da terra, aguar, tirar as ervas daninhas
e deixar a planta seguir seu caminho, sabendo que vai encontrá-lo.
Existem conhecimentos que a pessoa só adquire no momento de sua morte. Isso
significa que teve de usar todo o tempo de uma vida para atingir a compreensão
suprema.
Muitos pais exigem que seus filhos aos sete anos de idade compreendam coisas
que eles não entenderam nem aos cinquenta! Assim como existem jovens que exigem
de seus pais mudanças radicais que eles próprios não conseguem realizar.
Há tempo para tudo!
Nem nunca, nem sempre. Com paciência e perseverança, cada coisa acontecerá quando chegar o seu momento.
Não convém nem acelera decompassadamente, nem adiar utopicamente... É preciso
contribuir para que tudo aconteça no devido tempo.
Assim é com os seus filhos...Assim é com os seus pais...
Quanto maior a compreensão da Existência, maior a capacidade de se ver além dos fatos.http://omelhoremvoce.blogspot.com/2012/01/pais-e-filhos-companheiros-de-viagem.html
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